quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Resumo Felizmente Há Luar

“Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro


Contextualização

A história desta peça passa-se na época da revolução francesa de 1789.
As invasões francesas levaram Portugal à indecisão entre os aliados e os franceses. Para evitar a rendição, D. João V foge para o Brasil. Depois da primeira invasão, a corte pede auxilio a Inglaterra para reorganizar o exército. Estes enviam-nos o general Beresford.
Luís de Sttau Monteiro denuncia a opressão vivida na época do regime salazarista através desta época particular da história. Assim, o recurso à distanciação histórica e à discrição das injustiças praticadas no inicio do século XIX, permitiu-lhe, também, colocar em destaque as injustiças do seu tempo, o abuso de poder do Estado Novo e as ameaças da PIDE, entre outras.

Carácter épico

Felizmente há luar é um drama narrativo, de carácter social, dentro dos princípios do teatro épico e inspirado na teoria marxista, que apela às reflexão, não só no quadro da representação, mas também na sociedade em que se insere.
De acordo com Brecht, Sttau Monteiro pretende representar o mundo e o homem em constante evolução de acordo com as relações sociais. Estas características afastam-se da concepção do teatro aristotélico que pretendia despertar emoções, levando o publico a identificar-se com o herói. O teatro moderno tem como preocupação fundamental levar os espectadores a pensar, a reflectir sobre os acontecimentos passados e a tomar posição na sociedade em que se inserem. Surge, assim, a técnica do distanciamento que propõem um afastamento entre o actor e a personagem e entre o espectador e a história narrada, para que, de uma forma mais real e autêntica, possam fazer juízos de valor sobre o que se está a ser representado.
Desta forma, o teatro já não se destina a criar terror ou piedade, isto é, já não tem uma função purificadora, realizada através das emoções, tendo, então, uma capacidade crítica e analítica para quem o observa. Brecht pretendia substituir o “sentir” por “pensar”, levando o público a entender de forma clara a sua mensagem por meio de gestos, palavras, cenários, didascálicas e focos de luz.
Estes são, também, os objectivos de Sttau Monteiro, que evoca situações e personagens do passado (movimento liberal oitocentista), usando-as como pretexto para falar do presente (ditadura salazarista) e, assim, pôr em evidencia a luta do ser humano contra a tirania, a opressão, a injustiça e todas as formas de perseguição.

Fonte:


PERSONAGENS- Felizmente há Luar

GOMES FREIRE: protagonista, embora nunca apareça é evocado através da esperança do povo, das perseguições dos governadores e da revolta da sua mulher e amigos. É acusado de ser o grão-mestre da maçonaria, estrangeirado, soldado brilhante, idolatrado pelo povo. Acredita na justiça e luta pela liberdade. É apresentado como o defensor do povo oprimido; o herói (no entanto, ele acaba como o anti-herói, o herói falhado); símbolo de esperança de liberdade
D. MIGUEL FORJAZ: primo de Gomes Freire, assustado com as transformações que não deseja, corrompido pelo poder, vingativo, frio e calculista. prepotente; autoritário; servil (porque se rebaixa aos outros); 
PRINCIPAL SOUSA: defende o obscurantismo, é deformado pelo fanatismo religioso; desonesto, corrompido pelo poder eclesiástico, odeia os franceses
BERESFORD: cinismo em relação aos portugueses, a Portugal e à sua situação; oportunista; autoritário; mas é bom militar; preocupa-se somente com a sua carreira e com dinheiro; ainda consegue ser minimamente franco e honesto, pois tem a coragem de dizer o que realmente quer, ao contrário dos dois governadores portugueses. É poderoso, interesseiro, calculista, trocista, sarcástico
VICENTE: sarcástico, demagogo, falso humanista, movido pelo interesse da recompensa material, hipócrita, despreza a sua origem e o seu passado; traidor; desleal; acaba por ser um delator que age dessa maneira porque está revoltado com a sua condição social (só desse modo pode ascender socialmente).
MANUEL: denuncia a opressão a que o povo está sujeito. É o mais consciente dos populares; é corajoso. 
MATILDE DE MELO: corajosa, exprime romanticamente o seu amor, reage violentamente perante o ódio e as injustiças, sincera, ora desanima, ora se enfurece, ora se revolta, mas luta sempre. Representa uma denúncia da hipocrisia do mundo e dos interesses que se instalam em volta do poder (faceta/discurso social); por outro lado, apresenta-se como mulher dedicada de Gomes Freire, que, numa situação crítica como esta, tem discursos tanto marcados pelo amor, como pelo ódio.
SOUSA FALCÃO: inseparável amigo, sofre junto de Matilde, assume as mesmas ideias que Gomes Freire, mas não teve a coragem do general. Representa a amizade e a fidelidade; é o único amigo de Gomes Freire de Andrade que aparece na peça; ele representa os poucos amigos que são capazes de lutar por uma causa e por um amigo nos momentos difíceis.
Frei Diogo: homem sério; representante do clero; honesto – é o contraposto do Principal Sousa. 
Delatores: mesquinhos; oportunistas; hipócritas.
MIGUEL FORJAZ, BERESFORD e PRINCIPAL SOUSA  perseguem, prendem e mandam executar o General e restantes conspiradores na fogueira. Para eles, a execução à noite, constituía uma forma de avisar e dissuadir os outros revoltosos, mas para MATILDE era uma luz a seguir na luta pela liberdade.

Fonte:
http://www.google.pt/

ESPAÇO - felizmente há Luar

Espaço físico: a acção desenrola-se em diversos locais, exteriores e interiores, mas não há nas indicações cénicas referência a cenários diferentes


TEMPO - Felizmente há Luar

a) tempo histórico: século XIX

b) tempo da escrita:

c) tempo da representação:

d) tempo da acção dramática:

e) tempo da narração:

Fonte:
informações respeitantes a eventos não dramatizados, ocorridos no passado, mas importantes para o desenrolar da acção
a acção está concentrada em 2 dias
1h30m/2h
1961, época dos conflitos entre a oposição e o regime salazarista

Biografia e Bibliografia de Luís de Sttau Monteiro

Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro nasceu no dia 03/04/1926 em Lisboa. Em 1936 o seu pai, devido à posição de Embaixador de Portugal em Londres, leva-o com ele onde irá ficar até 1943, altura em que seu pai é destituído do cargo por Salazar. Nessa altura regressa a Lisboa onde estuda e se forma em advocacia. Aí exerce ainda durante algum tempo, até que parte novamente para Londres onde se dedica ao desporto automóvel na fórmula 2. A sua estadia em Inglaterra, durante a juventude, pô-lo em contacto com alguns movimentos de vanguarda da literatura anglo-saxónica. Regressa novamente a Portugal onde escreve no Diário de Lisboa, destacando-se a revista “Almanaque” e o suplemento “A Mosca”, cria ainda a secção “Guidinha” no mesmo jornal. Em 1961, publicou a peça de teatro “Felizmente há Luar!”, distinguida com o Grande Prémio de Teatro, tendo sido proibida pela censura a sua representação. Só viria a ser representada em 1978 no Teatro Nacional. Foram vendidos 160 mil exemplares da peça, resultando num êxito estrondoso. Foi preso em 41967 pela PIDE após a publicação das peças de teatro “Guerra santa” e “A Estatua”. Sátiras que criticavam a ditadura e a guerra colonial. Em 1971, com Artur Ramos, adaptou ao teatro o romance de Eça de Queirós “A Relíquia ”, representada no Teatro Maria Matos. Escreveu o romance inédito “Agarra o Verão, Guida, Agarra o Verão”, adaptado como novela televisiva em 1982 com o titulo “Chuva na Areia”. Faleceu no dia 23/07/1993 em Lisboa.

Obras – Ficção: Um Homem não Chora (romance, 1960), Angústia para o Jantar (romance, 1961), E se for Rapariga Chama-se Custódia (novela, 1966). Teatro: Felizmente Há Luar (1961), Todos os Anos, pela Primavera (1963), Auto da Barca do Motor fora da Borda (1966), A Guerra Santa (1967), A Estátua (1967), As Mãos de Abraão Zacut (1968).

Fonte:

http://portaldaliteratura.nireblog.com/cat/biobibliografia-de-luis-sttau-monteiro
http://mariamarcelino.tripod.com/sttaumonteiro.htm


 

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Resumo sobre o Memorial do Convento

O Memorial do Convento relata que um rei era muito namoradeiro, mas um dia resolveu assentar e casou com D. Maria Ana Josefa. O frade disse ao rei que se ele mandasse construir um convento de frades franciscanos que a rainha conseguia engravidar, então o rei disse-lhe que a partir desse dia se iria construir o convento. O rei Mandou comprar todos os materiais e as suas decorações no estrangeiro. Por outro lado, havia o lado fiqueticio que era a Blimunda que via as pessoas por dentro quando estava em jejum, um dia apaixonou-se por um homem alto chamado Baltazar. Os dois apaixonaram-se e conheceram o inventor da Passarola, e tentaram ajuda-lo a construi-la. Um dia viajaram na passarola, ela voou a primeira vez e caiu. Baltazar um dia vai ver como esta a passarola e desaparece. Blimunda tantos anos o procura que no alto da fé o encontra. Na construção do convento primeiro foi feito o projecto para 13 frades, depois como viram que o dinheiro do Brasil estava cada vez mais a aumentar, resolveram aumentar para 40 frades franciscanos e ao fim de mais alguns anos para 300 frades. Certo dia o rei decidiu que como não devia estar vivo quando o convento estivesse pronto, resolveu inaugura-lo no dia 22 de Outubro de 1730 que era quando realizava o 41ª aniversário. Essa cerimónia durou 8 dias, e passado alguns anos o rei teve uma filha.


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Resumo do memorial do convento

CAPITULO II
Se a concepção da rainha ocorresse, seria vista como mais um entre os vários milagres tradicionalmente relacionados à ordem de São Francisco. Diz-se, por exemplo, que um tal frei Miguel da Anunciação, mesmo depois de morto, conservara o seu corpo intacto durante dias, atraindo, desde então, uma grande quantidade de devotos para a sua igreja. Noutra ocasião, a imagem de Santo António, que vigiava uma igreja franciscana, locomovera-se até à janela, onde ladrões tentavam entrar, pregando-lhes assim um grande susto. Este caíra ao chão, tendo sido socorrido por fiéis, onde acabou por se recuperar. Outro caso, é o do furto de três lâmpadas de prata do convento de S. Francisco de Xabregas no qual entraram gatunos pela clarabóia e, passando junto à capela de Santo António, nada ali roubaram. Entrando na igreja, os frades deram com ele às escuras, e verificaram que não era o azeite que faltava, mas as lâmpadas que haviam sido levadas; os religiosos ainda puderam ver as correntes de onde pendiam as lâmpadas se balançando e saíram em patrulhas pelas estradas, atrás dos ladrões. E então, desconfiados de que os ladrões pudessem estar ainda escondidos na igreja, deram a volta, percorreram-na e só então, viram que no altar de Santo António, rico em prata, nada havia sido mexido. O frade, inflamado pelo zelo, culpou Santo António por ter deixado ali passar alguém, sem que nada lhe tirasse, e ir roubar ao altar-mor: O frade deixou que o Menino "como fiador", até que o santo se dignasse a devolver as lâmpadas. Dormiram os frades, alguns temerosos que o santo se desforrasse do insulto... Na manhã seguinte, apareceu na portaria do convento um estudante que, querendo falar ao prelado (bispo), revelou estarem as lâmpadas no Mosteiro da Cotovia, dos padres da Companhia de Jesus. Desta forma, faz-nos desconfiar que o tal estudante, apesar de querer ser padre, fora o autor do furto e que, arrependido, deixara lá as lâmpadas, por não ter coragem de as devolver pessoalmente. Voltaram as lâmpadas a S. Francisco de Xabregas, e o responsável não foi descoberto.
De referir, que o narrador volta ao caso do frei António de S. José, e faz-nos de novo desconfiar de que o frei, através do confessor de D. Maria Ana, tinha sabido da gravidez da rainha muito antes do rei.

Fonte:

Resumo do memorial do convento

CAPITULO I
 Já há dois anos que D. João V está casado com D. Maria e até agora ela ainda não engravidou. A rainha reza novenas e, duas vezes por semana, recebe o rei nos seus aposentos. Quando ambos se casaram, o rei dormia com a rainha todos os dias, mas devido ao cobertor de penas que ela trouxe da Áustria e porque com o passar do tempo, os odores de ambos faziam com que o cobertor ficasse com um cheiro insuportável, o rei deixou de dormir com a rainha.
El-rei está a montar em puzzle a Basílica de S. Pedro de Roma para se distrair e porque gosta. Mas a rainha está á espera do rei para que ele cumpra o seu dever conjugal. E para os aposentos da rainha o rei se dirige, mas entretanto chegou ao castelo D. Nuno da Cunha, bispo inquisidor, e traz consigo um franciscano velho. Afirma o bispo que o frei António de S. José assegurou que se o rei se dignasse a construir um convento em Mafra, teria descendência. Enquanto isso, a rainha conversa com a marquesa de Unhão, rezam jaculatórias e proferem nomes de santos.
Após a saída do bispo e do frei, o rei anuncia-se e, consumado o acto, D. Maria tem que "guardar o choco", a conselho dos médicos e murmura orações, pedindo ao menos um filho que seja. D. Maria sonha com o infante D. Francisco, seu cunhado e dorme em paz, adormecida, invisível sob a montanha de penas, enquanto os percevejos começam a sair das fendas, dos refegos, e se deixam cair do alto dossel, assim tornando mais rápida a viagem. D João também sonhará esta noite, nos seus aposentos. Sonhará com o filho que poderá advir da promessa da construção do convento de Mafra.
Fonte:
http://4.bp.blogspot.com/_NSfriFgsCVU/TOKftUhknZI/AAAAAAAAAik/4uCheTidSbs/s1600/memorial.jpg


Memorial do Convento - josé saramago

RELAÇÕES AMOROSAS

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Estrutura interna e externa da "Mensagem "

Estrutura Mensagem :
A estrutura interna refere-se à mensagem, a temática e ao tema da composição poética.
A estrutura externa refere-se à composição (número de estrofes e de versos), métrica (número de sílabas métricas) e rima (esquema rimático).
. Neste poema, a estrutura externa pode ser explicada da seguinte forma: estamos perante um poema de versificação tradicional (feita através de quadras) regular. É composto por três quadras, rimadas com rima cruzada cujo esquema rimático é abab e em versos de redondilha maior (7 sílabas métricas).
Fonte:
 https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivUPuwfsWmrG1r-a_O82u52t8qBrqqdd-WHEywUy5Ec_DgKlXVSVJKUAqM6p8mux6gqSz17QymhrALl062y70QHIMsenrwlvIZz2BVzOO-v1QIIIr2dToW1VxT7eSR4mDwUmdykKfQdZ0/s1600/Mensagem+-+Fernando+Pessoa.jpg

"Mensagem " - Fernando Pessoa


"Mensagem" Fernando Pessoa

"Mensagem "
A "Mensagem" é um poema lírico-épico que tem como receptor o próprio país, repetindo e trasfigurando a história da pátria portuguesa como sendo o mito do nascimento, vida e morte, que será seguida de um renascimento. De certa forma, podemos considerá-la uma versão moderna e espiritualista dos Lusíadas, onde Fernando Pessoa demonstra o seu caractér patriótico, sebastianista e regenerador. Embor esta epopeia tenha sido considreada durante muito tempo fascista, ela não serve nenhum ideal político, nem se restringe a nenhum tempo particular. A sua concepção mitológica e histórica transporta uma realidade que vive para além das cordenadas de tempo.
O Português surge nesta obra como um herói épico, que procura desvendar e dominar o Mundo que não conhece, dominado por um sentimento de insatisfação permanente.

Fonte: